Entrar na Internet, nas redes sociais e nos aplicativos é como mergulhar em um universo paralelo, quase como a Matrix. É um lugar onde a gente joga tudo o que sente, pensa e quer — tanto consciente quanto inconscientemente. E o mais interessante (ou assustador) é que esse mundo virtual devolve isso pra gente, só que em forma de reflexo: quem somos, quem queremos ser, o que temos, o que desejamos.
Os algoritmos, que são como caminhos secretos, tentam adivinhar o que queremos. Às vezes acertam, às vezes não, mas sempre com uma habilidade absurda de criar e esconder coisas. Eles atendem nossos desejos, mas, ao mesmo tempo, nos prendem neles. É como se fossem gênios da lâmpada moderna: realizam o pedido, mas nos deixam dependentes de pedir mais.
Tudo o que somos está lá, em forma de dados, pixels, likes, fotos e mensagens. Nossos valores, sejam bons ou ruins, aparecem nas entrelinhas. A Internet é um espelho poderoso, revelando detalhes de nós mesmos que nem percebemos no dia a dia. O mundo digital não é o que vemos, mas o que sentimos. Ele absorve nossas emoções e devolve exatamente o que desejamos — ou achamos que desejamos.
A verdade é que somos programados, tanto quanto as máquinas que criamos. Não estamos no universo; somos parte dele, pedaços minúsculos de um sistema maior. E, assim como tudo na vida, enxergamos o que a nossa mente nos deixa enxergar, uma versão filtrada da realidade.
O problema é que entregamos essa versão aos algoritmos. E o que eles fazem? Nos dão um pouco de satisfação, mas nunca o suficiente para nos saciar. Assim, a gente continua buscando, clicando, rolando a tela.
No fim, a Internet é só um reflexo do mundo que criamos. Ela age como a gente, porque foi feita por nós. Mas, por mais que tentemos entender tudo isso, nunca vamos chegar a uma resposta definitiva. Como dizia Sócrates: “Só sei que nada sei.” A gente pode tentar entender, mas sempre haverá mais mistérios. E talvez o ponto principal seja exatamente esse: aprender a viver com as perguntas sem respostas.
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